quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Vladimir Lenin IV Parte

por Pedro Luso de Carvalho

Em Quem foi Lenin – Terceira Parte, descrevi fatos relacionados com a vida que o casal levava no exílio, em Genebra, que antecederam à sua volta Rússia. Neste texto pretendo abordar fatos ligados ao seu retorno à pátria, em 16 de abril de 1917, quando Lenin e Krupskaia, sua mulher, tomaram um trem que, através da Alemanha levou-os à Suécia e depois à Russia, juntamente com trinta e dois outros revolucionários. Na estação de Petrogrado foram recebidos com flores, refletores, discursos e bandeiras, recepção que desgradou Lenin, por estar a revolução apenas no começo, e já havia deomonstrações de falsas aparências burguesas.


As autoridades que alí estavam para recepcão, foram ignoradas; Lenin, dirigiu-se diretamente aos soldados e operários, para incitá-los a acabar com a revolução operária. A multidão que o aplaudia escolta Lenin, no carro blindado em que se encontra, até o quartel-general dos bolchevistas, intalado no palácio que fora de Ksesinskaia, uma bailarina que fora amante de Nicolau II. Aí Lenin iniciou uma batalha que, em seis meses, o levou a chefe de Estado.


Referindo-se à chegada do líder do seu exílio, escreve Christopher Hill (
Lenin), que: “No dia de sua chegada a Petrogrado, o Ministro das Relações Exteriores recebeu da Embaixada Britânica um memorando no qual Lenin era citado como homem extremamente perigoso eexcelente organizador, que muito provavelmente haveria de encontrar numerosos adeptos na capital russa”.


A História registra que Lenin foi o teório organizador e líder da revolta. No entanto, sua figura não era familiar ao Soviete (menchevistas), por ter andado escondido durante os meses imediatamente anteriores à revolução; não apenas por isso, mas também porque preferia deixar o Soviete entregue a seus camaradas, que se distinguiam pela oratória.


Mas, na manhã de 8 de novembro de 1917, Lenin dirigiu-se ao Soviete de Petrogrado, para o trabalho que tinha que ser feito. Foi recebido com aplauso de camaradas entusiasmados, que, a um sinal seu, cessaram com o aplauso; Lenin foi direto ao assunto: “A revolução dos operários e camponeses, cuja necessidade urgente sempre foi proclamada pelos bolcheviques está nas ruas... Esta terceira revolução, em suas últimas consequências, tem de levar à vitória do socialismo”.


Após às
teses de abril, a nova linha estatégica de Lenin, que seria adotada pelo partido, com os conselhos de deputados do povo, com todos os poderes numa República dos Sovietes, os bolchevistas conquistaram a maioria dos Sovietes e deram continuação ao novo programa: suprimir a polícia, o exército e o corpo de funcionários; confiscar todos os bens dos proprietários rurais; nacionalizar todas as terras; fundir todos os bancos num único banco nacional, controlado pelos trabalhadores. Aí estava, dizia Lenin, o primeiro passo para uma nova ordem.


Cumpre não esquecer que em 1917 ainda estava em curso a Primeira Guerra Mundial, na qual a Rússia integrava-a, por ter assinado o tratado da
Triple Entente como um dos aliados contra a Alemanha. Por isso, as teses de abril tinha com um dos seus pontos a proposta de paz com a Alemanha, que causou reações contundentes por partes de todos que eram favoráveis ao prosseguimento da guerra ao lado dos aliados, sentimento que os leva a desencadear forte campanha difamatória contra Lenin.

As relações do líder com governo alemão, foram o alvo preferido pela imprensa liberal (Lenin voltou à Rússia depois de ter atravessado todo o território alemão, até a Suécia, com o seu país em guerra contra a Alemanha, sem ser molestado pelos alemães). Sobre o fato de Lenin ter atravessado a Alemanha, em 1917, com este país em guerra (Primeira Guerra Mundial) contra os aliados, o jornal italiano A Tribuna, assim se manifestou, em 29.04.1917:


“Lenin disse que foi obrigado a passar pela Alemanha porque a França não lhe permitiu transitar pelo país. Entretanto uma autoridade diplomática francesa noticiou que o Sr. Lenin jamais sonhou em pedir um sal-conduto para o território francês”.


No mês de abril de 1917 Lenin econtra-se isolado, mas isso não significaria que fosse perdurar tal isolamento; o tempo e os fatos fariam mudar essa situação: a burguesia e o proletariado não mais poderiam permanecer unidos pelo ódio contra a autocracia, de um lado, e, de outro lado, o soldado russo encontrava-se em mortal cansaço, e recusava-se a continuar combatendo no primeiro conflito mundial. Então o partido bolchevista logo tiraria vantagens importantes por ser o único partido qua havia se colacado ao lado do proletariado e contra a burguesia; mais ainda: era o único partido que queria a paz com a Alemanha.

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