sábado, 17 de abril de 2010

A arte de mentir: por Yoani Sánchez

Em entrevista concedida por Salim Lamrani, fica bem claro que a blogueira Yoani Sánchez que esta sendo tão badalada ultimamente por contar de uma versão de ter sido seqüestrada e espancada pelo governo cubano. Na entrevista fica bem claro que tudo não passou de uma farsa. O jornalista coloca ela diante de perguntas que ela se contradiz o tempo todo, e o principal ela não tem hematomas do espancamento e nem testemunhas.
Trechos da entrevista:

O incidente de 6 de novembro de 2009

Salim Lamrani: comecemos pelo incidente que ocorreu em 6 de novembro de 2009 em Havana. Em seu blog, você explicou que foi presa com três de seus amigos por «três robustos desconhecidos» durante uma «tarde agredida com golpes, gritos e insultos». Você denunciou as violências que as forças da ordem cubanas cometeram contra você. Confirma sua versão dos fatos?

Yoani Sánchez: Efetivamente, confirmo que sofri violência. Seqüestraram-me 25 minutos. Recebi golpes. Consegui tirar um papel que um deles tinha no bolso e o coloquei na minha boca. Um pôs seu joelho sobre meu peito e o outro, do assento dianteiro me batia na região dos rins e me golpeava a cabeça para que abrisse a boca e soltasse o papel. En um momento, senti que não sairia nunca daquele auto.

SL: O relato, em seu blog, é verdadeiramente terrífico. Cito textualmente: você falou de «golpes e empurrões», de « golpes nas juntas dos dedos», de «saraivada de golpes», do «joelho sobre (seu) peito», dos golpes «nos rins e (…) na cabeça», «o cabelo puxado», de seu «rosto avermelhado pela pressão e o corpo dolorido», de «os golpes (que) seguiam caindo» e «todos estes arroxeados». No entanto, quando recebeu a imprensa internacional em 9 de novembro todas as marcas haviam desaparecido. Como explica isso?

YS: São profissionais da agressão.

SL: De acordo, mas por que não tirou fotos das marcas?

YS: Tenho as fotos. Tenho provas fotográficas

SL: Tem provas fotográficas?

YS: Tenho as provas fotográficas.

SL: Pero, por que não as têm publicado para desmentir todos os rumores segundo os quais você havia inventado uma agressão para que a imprensa falasse de seu caso?

YS: Prefiro guardá-las por enquanto e não publicá-las. Quero apresentá-las ante um tribunal um dia para que esses três homens sejam julgados. Recordo-me perfeitamente de seus rostos e tenho fotos de dois deles pelo menos. Enquanto o terceiro, está por identificar, mas dado que se tratava do chefe, será fácil de encontrar. Tenho também o papel que tirei de um deles e que tem minha saliva pois o pus em mina boca. Nesse papel estava escrito o nome de uma mulher.

SL: De acordo. Você publica muitas fotos em seu blog. Fica-nos difícil entender por que prefere não mostrar as marcas esta vez.

YS: Como já lhe disse, prefiro reservá-las à justiça.

SL: Você entende que com esta atitude está dando crédito aos que pensam que inventou essa agressão.

YS: É minha escolha.

SL: No entanto, inclusive os meios ocidentais que lhe são mais favoráveis tomaram precauções oratórias pouco habituais para contar seu relato. O correspondente da BBC em Havana Fernando Ravsberg escreve, por exemplo, que você «não tem hematomas, marcas ou cicatrizes». A agência France Press relata a história esclarecendo com muito cuidado que se trata de sua versão com o título «Cuba: a blogueira Yoani Sánchez disse haver sido golpeada e detida brevemente». O jornalista afirma por outra parte que você «não ficou ferida».

YS: Eu não gostaria de avaliar o trabalho deles. Não sou quem deve julgá-lo. São profissionais que passam por situações muito complicadas que não posso avaliar. O certo é que a existência ou não de marcas físicas não é a evidência do fato.

SL: Mas a presença de macas demonstraria que ocorreram violências. Daí a importância de publicar as fotos.

YS: Você deve entender que são profissionais da intimidação. O fato de que três desconhecidos me conduziram a um automóvel sem apresentar-me nenhum documento me dá o direito de queixar-me como se me houvessem fraturado todos os ossos do corpo. As fotos não são importantes porque a ilegalidade está cometida. A precisão de «se me doeu aqui ou se me doeu ali» é minha dor interior.

SL: Sim, mas o problema é que você apresentou isso como uma agressão muito violenta. Você falou de «seqüestro ao pior estilo da camorra siciliana».

YS: Sim, é verdade, mas sei que é minha palavra contra a deles. O fato de entrar nesse tipo de detalhes, de saber se tenho marcas ou não, nos distacia do tema real que é que me seqüestraram durante 25 minutos de maneira ilegal.

SL: Perdoe a insistência, mas penso que é importante. Há uma diferença entre um controle de identidade que dura 25 minutos e violências policiais. Minha pergunta é simples. Você disse, cito: «Durante todo o fim de semana tive inflamados a maçã d rosto e a sobrancelha». Dado que tem as fotos, pode agora mostrar as marcas.

YS: Já lhe disse que prefiro reservá-las para o tribunal.

SL: Você entende que alguns terão dificuldade para acreditar em sua versão se não publica as fotos.

YS: Penso que ao entrar nesse tipo de detalhes se perde a essência. A essência é que três bloggers acompanhados por uma amiga iam a um ponto da cidade que era Calle 23 esquina G. Havíamos ouvido falar que um grupo de jovens tinha convocado uma marcha contra a violência. Gente alternativa, cantores de hip hop, de rap, artistas. Ia ali como blogueira para fazer fotos e publicá-las em meu blog e fazer entrevistas. No caminho fomos interceptados por um automóvel Geely.

SL: Para que não participassem no evento?

YS: As razões eram evidentemente essas. Eles nunca me disseram formalmente, mas era o objetivo. Disseram-me que entrasse no veículo. Perguntei-lhes quem eram. Um deles me pegou pelo pulso e comecei a ir para trás. Isso ocorreu em uma zona de Havana bastante central, em uma parada de ônibus.

SL: Então havia gente. Havia testemunhas.

YS: Há testemunhas mas não querem falar. Têm medo.

SL: Nem sequer de maneira anônima? Por que a imprensa ocidental não os entrevistou de maneira anônima como faz freqüentemente quando publica reportagem críticas sobre Cuba?

YS: Não posso explicar lhe a reação da imprensa. Eu lhe posso contar o que se passou. Um deles, um homem de uns cinqüenta anos, musculoso como se houvesse praticado alguma vez em sua vida luta livre – lhe digo isso porque mi pai praticou esse esporte e tem as mesmas características -. Eu tenho os pulsos muito finos e consegui safar-me e lhe perguntei quem era. Havia três homens além do motorista.

SL: Então havia quatro homens no total e não três.

YS: Sim, mas não vi o rosto do motorista. Disseram-me: «Yoani, entra no carro, tu sabes quem nós somos ». Respondi-lhes: «Eu não sei quem são vocês». O mais baixo me disse: «Escuta-me, tu sabes quem sou eu, tu me conheces». Respondi: «Não, não sei quem tu és. Não te conheço. Quem és tu? Mostra-me teus papeis ou algum documento». O outro me disse: «Embarca, não faças as coisas mais difíceis». Então comecei a gritar: «Socorro, seqüestradores!»

SL: Sabia você que se tratava de policiais sem uniforme?

YS: Imaginava, mas nunca me mostraram seus documentos.

SL: Qual era seu objetivo então?

YS: Queria que as coisas se fizessem em toda legalidade, isto é, que me mostrassem seus documentos e que me levassem depois ainda que suspeitasse que representassem a autoridade. Ninguém pode obrigar a um cidadão a embarcar em um carro privado sem apresentar sua identificação, se não é uma ilegalidade e um seqüestro.

SL: Como reagiram as pessoas na parada?

YS: As pessoas na parada ficaram atônitas porque «seqüestro» não é uma palavra que se usa em Cuba porque não existe este fenômeno. Então se perguntaram o que passava. Não tínhamos jeito de delinqüentes. Alguns se aproximaram, mas um dos policiais lhes gritou: «Não se metam que são uns contra-revolucionários!». Essa foi a confirmação que de se tratava de pessoas da polícia política ainda que eu o imaginasse pelo automóvel Geely que usavam, que são chineses, novos, e que não se vendem en nenhuma loja em Cuba. Pertencem exclusivamente a pessoas do Ministério das Forças Armadas e do Ministério do Interior.

SL: Então você sabia desde o inicio que se tratava de policiais vestidos de civis pelo carro no qual andavam.

YS: Intuía isso. Por outro lado tive a confirmação quando um deles chamou a um policial de uniforme. Uma patrulha composta de um homem e de uma mulher chegou e levou a dois de nós. Deixou-nos nas mãos desses dois desconhecidos.

SL: Mas já não tinha a menor duvida a respeito de quem eram.

YS: Não, mas não nos mostraram nenhum papel. Os policiais não nos disseram que representavam a autoridade. Não nos disseram nada.

SL: Fica difícil entender o interesse das autoridades cubanas em agredi-la fisicamente com o risco de desencadear um escândalo internacional. Você é famosa. Por que haveriam feito isso?

YS: Seu objetivo era radicalizar-me para que escrevesse textos violentos contra eles, mas não conseguiram.

SL: Não se pode dizer que você é branda com o governo cubano.

YS: Eu nunca uso a violência verbal nem ataques pessoais. Nunca uso adjetivos incendiários como «sangrenta repressão», por exemplo. Seu objetivo era então radicalizar-me.

SL: No entanto você é muito dura em relação ao governo de Havana. Em seu blog, disse: «o barco que faz água a pontos de naufrágio». Você fala de «os gritos do déspota», de «seres das sombras, que como vampiros se alimentam de nossa alegria humana, nos inoculam o temor através do golpe, da ameaça, da chantagem», «naufragou o processo, o sistema, as expectativas, as ilusões. (É um) naufrágio (total)», São palavras muito fortes.

YS: Talvez, mas seu objetivo era queimar o fenômeno Yoani Sánchez, demonizar-me. Por isso meu blog esteve bloqueado durante bastante tempo.

SL: No entanto parece surpreendente que as autoridades cubanas hajam decidido atacá-la fisicamente.

YS: Foi uma torpeza. Não entendo por que me impediram que assistisse à marcha, pois não penso como os que reprimem. Não tenho explicação. Talvez quisessem que não me reunisse com os jovens. Os policiais pensavam que eu ia fazer um escândalo ou fazer um discurso incendiário.
Para voltar à prisão, os policiais levaram a meus amigos, de maneira enérgica e firme, mas sem violência. No momento que me dei conta que iam deixar-nos – Eu e Orlando - com estes três indivíduos, me agarrei a uma planta que havia na rua e Claudia se agarrou a mim pela cintura para impedir a separação antes de que a livrassem os policiais.

SL: Para que resistir às forças da ordem e correr o risco de ser acusada disso e cometer um delito? Na França se você resiste à polícia, se arrisca a sanções.

YS: Se os levarão de qualquer forma. A mulher policial levou a Claudia. As três pessoas nos levaram ao carro e comecei a gritar novamente: «Socorro! Um seqüestro!».

SL: Por quê? Você sabia que se tratava de policiais sem uniforme.

YS: Não me mostraram nenhum papel. Começaram então a golpear-me e me empurram até o carro. Claudia foi testemunha e contou.

SL: Você não me acaba de dizer que a patrulha a havia levado?

YS: Viu a cena de longe enquanto se afastava o carro da polícia. Defendi-me e golpeei como um animal que sente que chegou sua última hora. Deram uma volta logo pela área e tentavam tirar-me o papel que tinha na boca. Agarrei a um pelos testículos e redobrou a violência. Levaram-nos a um bairro bastante afastado, La Timbra , que se encontra próximo da Praça da Revolução. O homem desceu, abriu a porta e nos pediu que saíssemos. Não quis sair. Tiraram-nos à força com Orlando e se foram.
Chegou uma senhora e lhe dissemos que fomos seqüestrados. Tomou-nos por uns loucos e se foi. O carro regressou, mas não se deteve. Só nos lançaram minha bolsa na qual se encontravam meu celular e minha câmera.

SL: Regressaram para devolver seu celular e sua câmera?

YS: Sim

SL: Não lhe parece estranho que se deram ao trabalho de regressar? Poderiam confiscar seu celular e sua câmera, que são suas ferramentas de trabalho.

YS: Bom, não sei. Tudo durou 25 minutos.

SL: Você entende, no entanto, que enquanto não publique as fotos se duvidará de sua versão, e isso lançará uma sombra sobre a credibilidade de tudo o que disse.

YS: Não importa.

4 comentários:

  1. Mentirosa e burrinha a musa da direita ocidental. A entrevista serviu para desmascarar a farsa.

    Abraços!

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  2. 'YS: São profissionais da agressão.' Euri. kkk...

    'me seqüestraram durante 25 minutos de maneira ilegal.' Qual o sequestro que é legal pelo amor de Deus? o.O kkk...

    Eu perdi a paciencia... ela fala muita bobagem!
    É muita cara de pau pra uma pessoa só.

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  3. Complicado de acreditar nela... e sem as tais fotos que ela diz ter...

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  4. Pois é...Essa nem pra mentir serve.

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